terça-feira, 20 de março de 2012

TEORIA DO CONHECIMENTO NOS PERÍODOS ANTIGO E MEDIEVAL - PROGRAMA, LEITURAS, AVALIAÇÃO E ATIVIDADES

Saudação aos novos alunos
Caros alunos sejam bem-vindos à disciplina Teoria do Conhecimento I! Vocês encontrarão, neste blog, as informações básicas acerca do desenvolvimento da mesma e poderão interagir com o professor e entre si, mediante os comentários que adicionarem às diferentes entradas.
A Teoria do Conhecimento, como verão pelo programa e pelas leituras, é disciplina fundamental para quem estuda filosofia. Responde à seguinte indagação, tão velha quanto a nossa Civilização (lembram da pergunta formulada a Jesus por Pilatos no Pretório?): O que é a verdade? No mundo atual, em que o real e o virtual parecem se confundir cada vez mais, essa pergunta é essencial, não só para quem estuda filosofia, mas também para qualquer pessoa que queira se situar com um mínimo de consciência no meio em que vive.
Boas leituras e bons seminários!
Objetivo da disciplina: Habilitar o estudante do Curso de Filosofia, para a adequada compreensão dos principais problemas debatidos pelos filósofos, no terreno do conhecimento, nos períodos antigo e medieval (entre os séculos V antes de Cristo – época dos pré-socráticos - e o s. XIV – que coincide com o fim da Idade Média).
Metodologia de trabalho: Serão desenvolvidos dois tipos de atividades: A – Aulas expositivas do professor, acerca dos itens do programa. As aulas têm como finalidade traçar as linhas mestras da problemática do conhecimento, ao longo dos períodos estudados, destacando a forma particular em que os principais autores abordaram a questão. B – Seminários em que serão debatidos os textos dos autores escolhidos. Este aspecto é considerado essencial, pois filosofia só se aprende lendo os textos dos pensadores; o papel das aulas expositivas é apenas de introdução para esta atividade.
Avaliação: Os seminários, que ocorrem todas as terças-feiras, serão guiados por questões formuladas pelo professor, para levar os alunos à assimilação do texto escolhido. A avaliação final consistirá na revisão, pelo professor, das respostas dadas por cada aluno aos questionários distribuídos. A avaliação é individual e não grupal. As respostas dadas pelos alunos aos questionários deverão ser, portanto, individuais. Esta atividade é obrigatória para todos. Os questionários deverão ser entregues ao professor, respondidos, em data por ele indicada, no final do semestre.
Os alunos que desejarem ter um desempenho excelente poderão entregar, no final do semestre, em data a ser indicada pelo professor, um pequeno trabalho – um paper – sobre algum ou alguns dos textos trabalhados, em que o aluno aprofundará, com o auxílio de alguma bibliografia básica, o material estudado e discutido nos seminários. Esta atividade é opcional. Os alunos que optarem por ela, poderão consultar com o professor acerca da elaboração do seu texto, aproveitando as sessões de terça-feira (na parte final das mesmas), destinadas aos seminários.
Itens do programa
1 - A problemática do conhecimento no ciclo pré-socrático (séculos VI - V antes de Cristo): Tales de Mileto (625-558 a. C), Pitágoras de Samos (580-497 a.C.), Heráclito de Efeso (540-470 a.C.), Parmênides de Eléia (530-460 a.C.).
2 – A problemática do conhecimento no ciclo pós-sofístico (séculos IV-III antes de Cristo): Sócrates (469-399 a.C.) e o método da maiêutica.
3 – A problemática do conhecimento no ciclo pós-sofístico: Platão (428-348 a.C.) e a formulação dos arquétipos do conhecimento, fundando a perspectiva realista ou transcendente.
4 – A problemática do conhecimento no ciclo pós-sofístico: Aristóteles (384-322 a.C) e a sistematização da perspectiva realista ou transcendente.
5 – A filosofia helenística (séculos III antes de Cristo a III da era cristã) em Alexandria: Epicuro (341-270 a.C).
6 – A Filosofia Helenística: O Estoicismo, representado por: Zénon de Citium (336-264 a.C) e Crisipo (281-208 a.C). Representantes do Estoicismo Tardio ou Imperial: Sêneca (4 a.C-65) e Marco Aurélio (121-180). O humanismo eclético romano de Marco Túlio Cícero (106-7 a.C).
7 – A Filosofia Helenística: Pirro de Elis (365-275 a.C), Sexto Empírico (200-250) e o Ceticismo.
8 – A Filosofia Helenística: Fílon de Alexandria (20 a.C-50) e a síntese entre tradição judaica e filosofia grega.
9 – A Filosofia Helenística: Plotino (205-270) e a sistematização do neoplatonismo.
10 - A Filosofia Helenística: Proclo (410-485) e a versão teológica do neoplatonismo, à luz do neopaganismo greco-romano.
12 – Agostinho de Hipona (354-430) e os primórdios da filosofia medieval.

13 – Anselmo de Cantuária (1033-1109) e Pedro Abelardo (1079-1142) e os primórdios da Escolástica. Os tradutores de Aristóteles no ciclo medieval: as Universidades da Espanha Mourisca (Córdoba e Toledo) e os tradutores bizantinos de Aristóteles no Mont Saint-Michel.
14– S. Tomás de Aquino (1224-1274) e a sistematização da Filosofia Escolástica.
15 – A crítica à metafísica escolástica por parte de Duns Scot (1266-1308) e Guilherme de Ockham (1285-1347).
Bibliografia Básica:
ABELARDO, Pedro. Lógica para principiantes –Logica ingredientibus. 4ª edição. (Tradução de R. Afonso da Costa Nunes). São Paulo: Nova Cultural, 1988.
AGOSTINHO de Hipona, Santo. De magistro – Do mestre. (Tradução de A. Ricci et alii). 2ª edição, São Paulo: Abril Cultural, 1980.
AQUINO, Tomás de, Santo. Questões discutidas sobre a verdade. (Tradução de L. J. Baraúna). São Paulo: Nova Cultural, 1988.
ARISTÓTELES de Estagira. Tópicos – Dos argumentos sofísticos. (Seleção de textos de J. A. Motta Peçanha; tradução de L. Vallandro e G. Bornheim). São Paulo: Nova Cultural, 1987.
EPICURO. Antologia de textos. (Tradução e notas de A. da Silva). São Paulo: Nova Cultural, 1988.
HERÁCLITO de Efeso. “Doxografia e fragmentos”. Os Pré-socráticos. (Tradução de J. Cavalcanti de Souza et alii). 4ª edição, São Paulo: Nova Cultural, 1989.
PARMÊNIDES de Eléia. “Doxografia e fragmentos”. Os Pré-socráticos. (Tradução de J. Cavalcanti de Souza et alii). 4ª edição, São Paulo: Nova Cultural, 1989.
PITÁGORAS de Samos. “Crítica moderna”. Os Pré-socráticos. (Tradução de J. Cavalcanti de Souza et alii). 4ª edição, São Paulo: Nova Cultural, 1989.
PLATÃO. “Fédon”. (Tradução e notas de J. Paleikat e J. Cruz Costa). In: Diálogos. (Seleção de textos de J. A. Motta Peçanha). 4ª edição. São Paulo: Nova Cultural, 1987.
TALES de Mileto. “Doxografia e crítica moderna”. Os Pré-socráticos. (Tradução de J. Cavalcanti de Souza et alii). 4ª edição, São Paulo: Nova Cultural, 1989.

Questões para os Seminários

I - TALES DE MILETO – Doxografia e Crítica Moderna
1- De que forma relaciona Aristóteles Mito e Logos no seu comentário, na Metafísica, acerca do pensamento de Tales?
2- O que levou Tales de Mileto, segundo Simplício, a afirmar que a água é o princípio de tudo?
3- Por que, para Hegel, a proposição de Tales de que “a água é o princípio ou o absoluto” é filosófica?
4- De que forma Tales se tornou, segundo Nietzsche, o primeiro filósofo grego?
5- Destaque as semelhanças e as diferenças que Nietzsche coloca entre o filósofo e o cientista (aquele que cultiva o “pensamento calculador e medidor”).

II - PITÁGORAS DE SAMOS – Crítica Moderna
1 - O que é preciso para compreender os princípios fundamentais dos pitagóricos?
2- Qual era, segundo Nietzsche, a tríade originária identificada por ele no Pitagorismo?
3 - Quais eram, segundo Nietzsche, os conceitos com que Aristóteles caracterizava, no Livro I da Metafísica, o dualismo universal?
4- Em que disciplina encontrava Nietzsche o ponto de partida que permite afirmar “que tudo o que é qualitativo é quantitativo”?
5- O que entende Nietzsche quando afirma, se referindo à doutrina pitagórica, que “o vir-a-ser é um cálculo”?


III - HERÁCLITO DE ÉFESO – Doxografia e Fragmentos
1 - Quais são os pontos fundamentais da doutrina filosófica de Heráclito, segundo Diógenes Laércio? Enumere-os.
2- Por que razão Heráclito retira do Universo a tranqüilidade e a estabilidade?
3- Segundo Aristóteles, todos os filósofos gregos concordam em que o mundo foi gerado, mas eles diferem quanto ao processo ulterior. Identifique os vários processos de transformação do universo, segundo o tratado Do Céu, de Aristóteles.
4 - O que entende Heráclito por Logos?
5- Qual é o critério de verdade, segundo Heráclito?


IV - PARMÊNIDES DE ELÉIA – Doxografia e Fragmentos
1- Por que, para Aristóteles, Parmênides parece estar vinculado à unidade formal?
2- Qual era a posição de Parmênides em face da teoria da geração / corrupção?
3- Por que, no sentir de Simplício, Parmênides foi enganado?
4 - Que significado tinham o Sol e a Noite no poema de Parmênides?
5- Qual é a idéia de Platão acerca de Parmênides, no diálogo Sofista?


V - PLATÃO – Fédon (Diálogos)
1- Por que Sócrates conclui, no diálogo platônico, que deveria buscar refúgio nas idéias?
2 - Como prova Sócrates que a alma é imortal?
3- Como se formam as coisas, no sentir de Platão?
4- Sintetize os aspectos básicos do “Mito do destino das almas”.
5 - Qual é, segundo Platão, o papel da Filosofia em face do destino do homem?


VI – ARISTÓTELES – Tópicos
1- Qual é o objetivo do tratado Tópicos de Aristóteles?
2- Que diferença há, para Aristóteles, entre demonstração e raciocínio dialético?
3- Em que consistem os paralogismos, segundo Aristóteles?
4 - Como caracteriza Aristóteles uma proposição dialética e um problema dialético?
5- Como devem ser escolhidas as proposições, segundo Aristóteles?


VII – EPICURO – Antologia de textos
1- Qual é a primordial finalidade da Filosofia, segundo Epicuro?
2 - Em que consiste, para Epicuro, a bem-aventurança?
3 - Como devemos proceder, segundo Epicuro, para fazermos induções?
4- Como explica Epicuro o surgimento dos mundos?
5- O que caracteriza ao sábio, segundo Epicuro?


VIII – AGOSTINHO DE HIPONA – Do Mestre
1- Qual é a finalidade das palavras, segundo S. Agostinho?
2- É possível, segundo o diálogo de Agostinho, mostrar alguma coisa sem o emprego de um sinal?
3- Em que sentido, para Agostinho, a palavra é um sinal?
4- Quais são, segundo Agostinho, os sinais que significam a si mesmos?
5- À luz do texto “Do Maestro”, o que entende Agostinho por “verdadeiro” e por “falso”?

IX - PEDRO ABELARDO - Lógica para Principiantes
1- Que papel atribui Abelardo à Lógica?
2- Que relações a Lógica tem com a Filosofia, no sentir de Boécio?
3- De que partes se compõe a Lógica, de acordo com Cícero e Boécio?
4- O que entende Boécio por gênero?
5- Você poderia, com auxílio do texto de Abelardo, definir as cinco categorias que Porfírio estuda na sua Lógica (gênero, diferença, espécie, próprio, acidente)?


X - TOMÁS DE AQUINO – Questões discutidas sobre a verdade
1- De que definição de verdade parte S. Tomás no seu texto?
2- Por que o verdadeiro não pode ser uma disposição do ente?
3- Qual é a coisa que a inteligência concebe como mais conhecida?
4- Como entende S. Tomás a afirmação: O verdadeiro é aquilo que é?
5- Explique as relações entre fé e razão à luz do texto estudado.

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